Vamos todos cantar de coração!






Vídeos para nos orgulhar:
- Especial Seleção Canarinho
- Homenagem aos meninos do vôlei e Ouro no Pan
- Ginástica Olímpica Brasileira

Não! Apesar do título, este post não veio falar do glorioso time cruz-maltino Vasco da Gama, nem do Campeonato Brasileiro. Apesar de render debates acalorados, o futebol é mais do que 22 homens e uma bola. E quando falamos sobre seleção brasileira, seja de qual esporte for, a história vai além. É a união (ou deveria ser) de pessoas de todos os tipos, credos e raças; de patriotismo e um ideal em comum.

Patriotismo? Han?

Já faz algum tempo que realizei um desejo: comprar a nova camisa da seleção brasileira de futebol. Não via a hora de tirá-la do armário. Ha! Aquela amarelinha é poderosa... Penta campeã mundial! Sem falar de outros títulos conquistados. "Vai usar uma camisa dessa lá no Japão, ou nem muito longe, nos Estados Unidos para você ver, o sujeito ganha moral na hora", como diz Juscelino, porteiro do nosso prédio. Ela estava lá, dobradinha, só esperando o momento oportuno, que finalmente chegou. Dia seis de fevereiro, contra a Irlanda, na capital daquele país.

Acordei animada e, antes mesmo de tomar café, já estava com a canarinha vestida. Eu nasci e cresci em uma família nos padrões antigos. Minha avó paterna teve nove filhos, que tiveram mais três cada um. Minha mãe tem mais quatro irmãos, e cinco sobrinhos. You do the Math!

Copa do Mundo é o acontecimento do ano, onde todos (todos mesmo) se reúnem e levam suas esposas e, de quebra, de vez em quando, um vizinho ou parente. Ai vem o churrasco, a pipoca, e os gritos, claro! Na Copa de 1994 meu tio abraçou minha tia tão forte que trincou as costelas, minha gente!! Sempre tivemos muito amor pela seleção. Seja ela qual for. Ganhando ou perdendo. Do primeiro jogo à final. De Pelé a Ronaldinho. De Giovane a Giba.

E foi justamente com a camisa do gaúcho que tomei meu café e fui pra rua, feliz e saltitante, naquele dia. Não pude acreditar. Por onde quer que eu olhasse não havia ninguém, mas ninguém mesmo, com uma camisa. Nem que fosse da Copa de 1994. Nem verde-amarela, nada. Como poderia ser? Para não dizer que não falei das flores, tinha um homem no metrô com uma. Escondida em baixo da jaqueta jeans. De certo estava constrangido por ser o único colorido dentre o mar de ternos, gravatas e formalidades que esta cidade exige.

Em São Paulo eu ouço fogos nos gols do Palmeiras, São Paulo e até Portuguesa, mas não houve um dia, um jogo sequer em que os sinos dobraram por uma vitória da Jade Barbosa, um jogo de vôlei ou de basquete.

Já dentro do metrô fui observada por todos. Fiquei imaginando os pensamentos daquelas pessoas.
Primeiro de um cara, escondido atrás do boné e dos óculos escuros, com uma camisa pólo, onde o nome da empresa era visto há centenas de quilômetros.  Eu eu lia seus pensamentos: - "Tadinha mano...essa ainda acredita."
Depois de uma super, mega, hiper fashion menina de 10 anos com cara de desdém: - "Nossa...amarelo? Que brega". E, por fim, de uma senhorinha, com um jornal na mão, que assim que me viu foi logo para as páginas de esporte: - "Gente, a Copa do Mundo é esse ano?"

Imagine então quando eu soube que quatro jogadores de basquete foram convocados para a seleção e disseram não. NÃO! Você já viu ou ouviu dizer que Oscar Schmidt disse não (mesmo que ele tenha dito)? E o Pelé? Será que acordou um belo dia e falou: "Ha não...não quero jogar na seleção não".

E na Copa América, no passado? Ronaldinho e Kaká não quiseram jogar, estavam cansados por causa da  temporada. Patriotismo? Han?

Cadê a raça? A "pátria de chuteiras"? Será que o êxodo de jogadores (futebol e basquete), ainda adolescentes, para times da Europa ou América do Norte fazem deles maiores do que realmente são? Ou será que existe muita coisa por trás, ou melhor, acima, nas diretorias e coordenações destas seleções que desanimem por completo o ânimo destes atletas de servirem ao seu próprio país?

Bom...isso já é assunto para muitos outros posts!

Eu tenho do que me orgulhar! E vou continuar patriota e mais verde-amarela do que nunca! Por mim, pela senhorinha do metrô e por todos aqueles que ainda acham que Lula Ferreira é o presidente, Bernardinho, o cantor de funk, Jade Barbosa, a dançarina e Parreira um simples pé de uva.

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